Um jogo carregado de rivalidade, cartões, lances polêmicos, erros da arbitragem, vibração intensa, comemorações emocionadas e aquele sentimento gostoso de dever cumprido no apito final. Ingredientes não faltaram para fazer da semifinal masculina entre Paraná e São Paulo pela Copa Sami Mehlinski (Sub-16), sexta-feira (16.10), em Saquarema (RJ), um jogo para entrar na história do voleibol de base brasileiro.
Quem ficou acordado assistindo ao vivo pela CBVTV a partida na madrugada de sexta para sábado, viu duas equipes buscando o jogo a todo momento, ponto a ponto, do começo ao fim da partida, até o tie break. Quando o Paraná vencia um set, São Paulo ia lá e levava o outro, até que no set derradeiro o Paraná conseguiu abrir uma pequena vantagem de 4 pontos, suficiente para segurar o resultado até o fim.
Apesar de alguns momentos de desatenção imediatamente corrigidos pela comissão técnica, os paranaenses apresentavam mais volume de jogo e mostravam uma dedicação especial na relação ataque/defesa, com o bloqueio dando trabalho, o saque dificultando a recepção dos adversários e os ataques pelas pontas e na saída fulminando os defensores do outro lado.
Jogando com propriedade, os paranaenses fecharam a partida em 3 sets a 2, parciais de 25/19, 21/25, 25/21, 16/25 e 15/13, em mais de 2 horas de jogo. Com o resultado positivo, o Paraná confirmou o bom trabalho que vem fazendo na categoria Sub-16, coroado com a chance de disputar a final da competição nacional, às 13h30, contra o Rio de Janeiro, que chegou à decisão após vencer Minas Gerais na outra semifinal.
Após o jogo, em entrevista ao repórter Tiago Paes para a CBVTV, o treinador Dalmo, de Ponta Grossa, fez questão de reconhecer o trabalho que cada técnico realiza com os jovens integrantes do elenco, todos com menos de 16 anos de idade.
“Este momento é nosso mas é também do Fumaça, do Ronei, do Ricardinho, e de tantos outros técnicos… essa vitória é de todos nós! É um momento de muita alegria para todos. A equipe amadureceu muito no decorrer do campeonato e conseguimos um excelente crescimento deles dentro de quadra”, avalia Dalmo, que explica (referindo-se ao primeiro jogo da competição, quando o Paraná perdeu para o RJ por 2 sets a 1):
“Fizemos a primeira partida da competição sem conhecer o RJ, mas nesta semana estudamos bastante o time deles. O trabalho de estatística ajuda muito, embora muita gente não aproveite essas informações. Para quem me conhece, sabe que essa é uma característica do meu trabalho. Agora conhecemos todas as jogadas dos cariocas e estamos ligados. Agradeço a Federação por dar-me esta oportunidade de dirigir este grupo”, comemora Dalmo, que recordou.
“Esta é a primeira edição desta competição e estamos aqui fazendo história. Quero aproveitar para cumprimentar o trabalho do André, o assistente técnico que ajudou muito, fez muita coisa por nós e é árbitro, portanto, também entende muito de regra. Espero que amanhã todos continuem torcendo para nós e que façamos bons jogos”, encerrou Dalmo. O convite para engrossar a torcida também foi feito pelo central João Pedro. “Espero que todos a assistam o nosso jogo amanhã e que possamos ir bem contra os donos da casa”, disse João.
A partida será transmitida ao vivo pela CBVTV direto do Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema (RJ), a partir das 13h30 de sábado. Na transmissão de ontem (sexta), a equipe da CBVTV bateu um recorde de tempo no ar, totalizando quase 15h ininterruptas levando pelo menos oito jogos por dia para o internauta de todo o mundo.
FEMININO
Pelo naipe feminino a seleção disputa neste sábado a quinta colocação do torneio nacional contra o Rio Grande do Sul. A partida deve começar ainda pela manhã.
Depois de vencer jogos importantes, as meninas da seleção infantil não conseguiram manter o mesmo ritmo e foram derrotadas por Minas Gerais num jogo decisivo. Depois, mesmo perdendo, quem ficou com a quarta vaga para semifinal foram as paulistas, que mesmo com a derrota para o Rio de Janeiro, fizeram maior pontuação no critério de desempate.
Por 14 pontos no saldo de pontos average, o Paraná ficou de fora. O treinador Gilson Brun comentou a eliminação paranaense. “Houve vacilos. Os sets que perdemos para Rio e São Paulo, a derrota para o Rio Grande do Sul, acredito que foram esses fatores que nos deixaram de fora. Analisando friamente, acho que precisamos unir mais o Estado e haver mais conversa entre os treinadores. Estamos jogando muito bem, temos qualidades individuais, mas estamos abaixo das demais. Talvez precisemos acelerar o processo com as meninas e fazer um trabalho mais padronizado a nível de Paraná. O trabalho aqui na seleção foi bem feito. Conseguimos em uma semana fazer um grupo transformar-se numa equipe. Poderíamos estar na final mas não foi desta vez. Eu, o Miro e a Camila estamos conscientes do trabalho que foi feito aqui. Trouxemos as que realmente poderiam representar bem o Estado. Agora é sentar e rever alguns conceitos. Bola para cima”, resumiu o treinador Gilson Brun antes de participar como comentarista da transmissão da semifinal masculina.
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