Equipes de dez estados brasileiros estão representadas na 12ª edição da Taça Paraná Asics de Voleibol. Apesar dos custos de estadia e deslocamento, um grande atrativo foi citado de forma unânime pelos representantes das equipes de fora: o alto nível técnico da competição. Segundo estes treinadores, este convívio dos seus atletas com jovens de todo o país é importante para o crescimento tanto na formação esportiva quanto humana.
A equipe que percorreu a maior distância para disputar a Taça Paraná foi o Clube Náutico Capibaribe, de Pernambuco. O treinador da equipe, Gustavo da Fonseca, destaca que vale a pena deslocar-se quase 3.000 km pelos jogos. “Nas categorias de base, todos têm o sonho de tornar-se profissional. Optamos por trazer a equipe mirim para que eles tenham uma visão do voleibol em nível nacional e também para que conheçam atletas de todo o país que compartilham deste mesmo sonho”, explica. Fonseca ainda aponta que a organização impecável do evento e a atenção dada aos participantes também é um ponto positivo.
Quem também veio de longe foi o AVS/Sorriso, de Mato Grosso. O técnico da equipe, Benedito Antônio Furquim, apostou nas parcerias para tornar a participação viável. “Viajamos aproximadamente 2.000 km com a ajuda da prefeitura. Como os custos são altos, montamos nosso melhor time e trouxemos apenas uma equipe”, explica.
Já a equipe do Vôlei Castelo, do Espírito Santo, utilizou a critatividade para angariar fundos e diminuir os custos. De acordo com Bispo de Oliveira, técnico do time, se os atletas não tivessem se organizado, os custos individuais para a viagem iria superar R$ 500,00. “Os atletas fizeram de tudo para competir na Taça Paraná: venderam picolé, promoveram feijoadas e bailes. Até um estacionamento foi aberto para conseguirmos esse dinheiro extra”, conta Oliveira, aos risos.
O treinador do Vôlei Castelo, que inclusive já revelou grandes talentos como a meia-de-rede Adenízia, explica que todo o esforço é recompensado. “Quem quer ser jogador de vôlei tem que vir na Taça Paraná. É uma competição maravilhosa, a maior do mundo para as categorias de base, com um nível técnico altíssimo”, explica Bispo de Oliveira.
O técnico do Botafogo (RJ), Pedro Henrique Silva, compara a Taça Paraná com um Campeonato Brasileiro de Clubes de base. “Damos mais importância para a Taça Paraná do que para o nosso próprio campeonato no Rio de Janeiro. Tanto é que a nossa preparação foi focada na Taça e nenhuma atleta chegou até aqui com lesão ou excesso de treino”, conta Silva.
As jogadoras da Fábrika de Atletas, do Distrito Federal, tiveram que lidar com um imprevisto. O patrocinador da equipe desisitiu de auxiliar financeiramente e para conseguir pagar os custos da viagem as atletas tiveram que vender rifas. O apoio da comunidade do Distrito Federal foi importante para que o objetivo fosse alcançado. “É difícil falar em resultados agora. O Fábrika é um time simples e meu sonho é montar equipes cada vez mais fortes”, afirma o treinador Fernando Elias.
Nesta quarta-feira (31/10), as equipes começaram a disputar a segunda fase da Taça Paraná Asics de Voleibol. Esta fase termina amanhã (01/11), quando também serão disputadas as semi-finais. As disputas finais e de terceiro lugar acontecem na sexta-feira (02/11).
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