O assunto foi colocado em pauta e debatido durante o último encontro do grupo
Nesta quarta-feira (11.12) técnicos do voleibol paranaense participaram de uma mesa redonda que teve como principal objetivo discutir sobre o processo de formação de novos atletas. A reunião aconteceu no colégio Positivo Júnior, em Curitiba, e contou com a presença do experiente técnico “Rubinho”, que atualmente é auxiliar técnico da seleção brasileira masculina. Durante aproximadamente 4 horas mais de 20 profissionais que atuam nas categorias de base discutiram e trocaram experiências para saber quais são os melhores métodos de aplicar a modalidade aos novos praticantes.
No começo de dezembro foi realizada há primeira mesa redonda, onde o grupo discutiu questões gerais do voleibol. Este segundo encontro abordou mais a parte técnica. A abertura do encontro foi feita por Leandro Kakaroto, um dos organizados do evento. Segundo ele a presença de todos os professores é muito importante. “Expor ideias, sugestões e pontos de vista, contribui para avançarmos e aprimorarmos nossos métodos de ensino e de trabalho”, disse.
Em seguida, Rubinho também ressaltou a importância da mesa redonda. “É preciso discutir sobre a formação de novos atletas e este encontro nos ajuda a observar com mais precisão como anda a questão das categorias de base dentro das instituições. Essa troca de experiências agrega muito para o curriculum de todos nós técnicos, pois são nesses jovens jogadores que está o futuro do nosso voleibol”, afirmou.
Esporte nas escolas
Durante o encontro os participantes lembraram do Leões do Vôlei, que tem como padrinhos os multicampeões Emanuel do Rego “Mano” e Gilberto Godoy “Giba”, como um das principais ferramentas de formação de novos atletas. Hoje o projeto atende cerca de mil crianças de 10 escolas localizadas em Curitiba. No último evento realizado no dia (04.12), no ginásio Tarumã, também participaram dois colégios de Fazenda Rio Grande, região metropolitana, e dois grupos da Secretaria Municipal de Esporte Lazer e Juventude (SMELJ) totalizando 1.200 estudantes.
O diretor técnico da Federação Paranaense de Voleibol (FPV), Fábio de Almeida, também esteve presente na mesa redonda e recebeu todas as sugestões colocadas pelos participantes e afirmou que elas serão levadas para a instituição. “Estamos de portas abertas para todos vocês. Novas ideias são bem-vindas e na medida do possível colocaremos em prática”. Fábio também adiantou que em 2014 virão muitas novidades, que serão anunciadas em breve.
Novo encontro
Ao final da mesa redonda, Leandro propôs que o grupo volte a se encontrar em janeiro do próximo ano, com o objetivo de discutir novas ideias e organizar novas competições de categoria de base para atletas de Curitiba e região metropolitana.
Confira abaixo um bate bola com o assistente técnica da seleção brasileira masculina
Qual a sua opinião sobre a iniciativa dos treinadores?
Achei ótima a iniciativa. Nada melhor do que contar com uma gama variada de opiniões, de ideias, que serão debatidas, questionadas, em prol de se desenvolver um novo formato de trabalho “competições” onde todos possam crescer com suas equipes. Acho fundamental esta interação, quebrando possíveis divergências, rivalidades destrutivas, que não auxiliam no crescimento a longo prazo. Para que todos criem um futuro profissional melhor é necessário que existam vários na disputa “fortes” com boas estruturas. Quanto mais os profissionais consigam contribuir para melhorar o todo, obviamente a coletividade colherá melhores frutos futuramente.
Como auxiliar técnico da seleção brasileira masculina, como você avalia o desempenho das categorias de base?
Acho que é feito um bom trabalho. Nas seleções de base, se inicia o processo de desenvolvimento de jogadores para o futuro, onde os atletas passam a conhecer e jogar com outras escolas de voleibol de diferentes características e principalmente a conhecer os principais atletas e perceber quais são as necessidades para se jogar e vencer neste nível de competição. O resultado não pode e não deve ser avaliado somente pelas colocações que as equipes alcançam nas competições. Uma equipe adulta competitiva é formada por várias gerações de atletas, diferente dos campeonatos da base, onde você conta com atletas de determinada faixa etária.
O que se torna importante, para as perspectivas de adulto, é a formação de gerações sequenciais com bons valores. O somatório destas gerações é que formarão futuramente grupos competitivos. Se cada equipe “geração” apresentar 3/4 jogadores de bom nível com qualidades para ascender ao adulto, temos grande probabilidade de construirmos bons grupos principais. Isto vem acontecendo a bastante tempo e continua. Temos, paralelo a isto, grandes resultados com a nossa base. Muitos títulos e quase sempre estamos no pódio. Estes fatos garantem uma boa perspectiva de continuidade para as seleções nacionais.
Uma dica para os atletas que sonham em chegar na seleção brasileira?
Trabalho e dedicação! Um atleta de seleção brasileira, necessita de alguns pré-requisitos, como: ter um bom perfil, ser qualificado técnica e fisicamente, suportar rotinas exaustivas de treinamento, viagens e pouco tempo para descanso e férias. Para alguns pode parecer uma coisa glamourosa, status, ser conhecido, porém, o que esta por trás desta construção é bastante significativo. Pontos fundamentais desde o inicio da carreira é treinar com bom volume e grande qualidade, sempre buscar o conhecimento, vendo bons atletas e se espelhando em bons exemplos. Aquele que escolhe este caminho terá sempre uma rotina diferente dos demais de sua idade. Abdicar de certas atividades e principalmente ter cuidados maiores com seu corpo, que é seu “instrumento” de trabalho. Um investimento que trará seus benefícios.
Levando em conta todos os projetos que você está envolvido, quais são seus planos para 2014?
Estou agora exclusivamente com a seleção brasileira, dedicando todo o tempo a equipe. Os nossos objetivos são claros na próxima temporada. Nossa principal competição é o Campeonato Mundial na Polônia, em Setembro. Onde buscaremos mais um título, que será o nosso quarto consecutivo e seria um feito inédito no voleibol mundial. Temos a Liga Mundial, em Junho e Julho, que será, como sempre, um preparatório muito difícil para o Mundial. A equipe principal estará renovada, mas evoluiu bastante nesta temporada e pretendemos evoluir bem mais neste segundo ano de trabalho.
Em paralelo a seleção principal, desenvolvemos dois trabalhos diferentes, em ambos sou o técnico responsável. O primeiro é o que chamamos de seleção B, que é um grupo formado por atletas mais jovens mesclados com atletas que já estão na principal, mas que precisam de mais tempo de jogo no circuito internacional. Este grupo geralmente realiza excursões ou torneios amistosos, onde a principal não pode comparecer em função do calendário.
O segundo é o novo grupo Sub-23, que é formado por atletas que compuseram a última equipe Sub- 21 e alguns que compõem no momento. O objetivo desse trabalho é manter estes atletas, que em média jogaram na base nos últimos 4 anos, na continuidade de jogos e competições no cenário mundial. Diminuindo desta forma a distancia entre a base e a equipe principal. Com os dois trabalhos pretendemos deixar um bom número de atletas mais preparados, para atenderem a qualquer chamado ou necessidade da equipe principal.
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