Em visita a Casa Ronald, instituição que hospeda até 57 pacientes em tratamento contra o câncer, técnico do Rio distribui presentes e anima o Natal da criançada
A derrota por 3 sets a 0 para o Osasco, segunda-feira, em São Paulo, pela 13ª e última rodada do primeiro turno da Superliga feminina, não era o presente que o técnico Bernardinho imaginava ganhar de suas comandadas neste fim de ano. E para evitar que a ressaca pelo terceiro resultado negativo de sua equipe na competição acabasse com sua noite de natal, o técnico do Rio de Janeiro madrugou, conseguiu antecipar seu voo vindo da capital paulista e enfrentou uma partida sem perdedores nesta terça-feira. Tudo por uma boa causa. Acompanhado da mulher Fernanda Venturini, o treinador da seleção brasileira masculina de vôlei se vestiu de Papai Noel, distribuiu presentes e fez a alegria de dezenas de crianças e adolescentes da Casa Ronald, instituição que hospeda até 57 pacientes em tratamento contra o câncer, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Pronto para interpretar um papel bem mais tranquilo do que costuma protagonizar à beira da quadra, Bernardinho esbanjou bom humor e alegria ao ser rodeado por jovens que diariamente enfrentam um adversário bem mais difícil de ser batido do que qualquer um que o treinador já encarou ao longo de sua vitoriosa carreira.
– Eu precisava ter comido um pouquinho mais nos últimos dias para aumentar a barriga do Papai Noel. Saí do hotel em São Paulo às 5h para conseguir pegar o voo das 6h30 e poder chegar a tempo aqui. Por uma boa causa vale tudo, até pagar esse mico (risos). Mas é muito gratificante poder sair do nosso cotidiano e dar um pouquinho do nosso tempo para proporcionar algo de bom para essas crianças e suas famílias, que enfrentam uma luta diária tão difícil – afirmou o treinador do Rio de Janeiro.
Foto: André Durão
Apesar do calor que fazia dentro da roupa do Papai Noel e da falta de prática no assunto, Bernardinho se saiu tão bem no papel de ator que o pequeno Rafael da Silva Conceição, de apenas três anos, não desgrudou do bom velhinho. Com a cara fechada e um celular de brinquedo nas mãos, o menino “fotografou” o treinador sem parar.
Quem também roubou a cena foi Gabriela Ramos. Acompanhada da mãe Sebastiana da Vitória Ramos, a menina de 7 anos fez questão de passar o natal com o irmão Rafael, de 11 anos, internado para fazer quimioterapia, e era uma das mais animadas e falantes. Emocionada com o carinho oferecido pelo treinador do Rio de Janeiro, a mãe dos irmãos Ramos não segurou as lágrimas.
– Não tenho palavras para expressar esse gesto de amor e tão especial para nossos filhos – agradeceu Sebastiana, na esperança que o Papal Noel atenda ao pedido do filho mais velho.
– Eu ganhei um urso do Papai Noel, mas o presente que eu mais quero nesse natal é ir para casa de vez – disse Rafael, no colo da mãe.
Mas não foi só dona Sebastiana que ganhou o dia. Acostumado às vitórias e conquistas dentro de quadra, Bernardinho comparou o sorriso e a alegria de cada uma das crianças que tornou sua véspera de natal mais feliz a um título.
– É lindo e emocionante poder participar de um momento como esse. Nem que seja por apenas uma hora do natal dessas crianças. Alguns se acomodaram no meu colo, se identificaram com a imagem do Papai Noel e não quiseram mais sair – disse Bernardinho.
Fonte: Globoesporte.com – Marcello Pires/ Rio de Janeiro