Abaixo você poderá conferir uma entrevista mais do que especial, com duas feras do voleibol paranaense: Kátia Bini e Marcelo Ribaski. Juntos eles falaram sobre a formação de novos atletas e como anda esse trabalho na capital do Estado
Da redação, em Curitiba (PR) – Quando o assunto “formação de novos atletas” é colocado em discussão você deve pensar que geralmente esse trabalho é conduzido por jovens técnicos, que ainda estão iniciando suas carreiras. Mas é exatamente nesse ponto que se comete um grande erro. Nomes já consagrados, como Kátia Bini e Marcelo Ribaski, que juntos somam 69 anos dedicados ao voleibol, realizam esse trabalho na capital do Estado. Toda essa experiência é voltada para as categorias de base – onde tudo começa.
A maioria dos técnicos quando acumula certa experiência segue para as categorias maiores (como juvenil e adulto). Mas Marcelo não seguiu esse caminho e decidiu ficar. Trabalhando com voleibol desde 1985 ele afirma: “nunca tive a ambição de chegar a uma Seleção Brasileira, ou ser técnico de Superliga. Minha vida sempre aconteceu nas categorias de base. Onde o trabalho é difícil, mas por outro lado é mais gratificante”. Com uma experiência de 29 anos, o técnico comenta que chegou a dirigir equipes na categoria juvenil, mas sempre voltou para recomeçar um novo trabalho.
Kátia começou sua vida de atleta aos 11 anos de idade. E desde então, nunca mais parou de trabalhar com o voleibol. Durante a entrevista, ela também falou sobre a satisfação em trabalhar com as categorias de base e a importância desse processo. “Você tem que trabalhar muito bem o atleta nesse período, por que se ele não tiver uma boa formação não vai progredir”, ressaltou.
Marcelo Ribaski comenta que voleibol é uma modalidade “muito difícil” de ser ensinada. E que um bom formador deve dominar todos os fundamentos básicos do voleibol (recepção, passe, toque, levantamento e saque). “Esses são os princípios, digamos, fundamentais para desenvolver bem uma criança”, destacou.
Kátia e Marcelo durante o Campeonato Regional sub-13 (Foto: Thiago Paes/FPV)
Preocupação
Seguindo a mesma linha de pensamento, Káti Bini comenta que, por conta de outros projetos, ficou um tempo afastada das categorias de base e quando retornou observou uma situação que a deixou extremamente preocupada.”Depois de ter ficado longe por um período, quando retornei observei que são sempre os mesmos técnicos e clubes que trabalham com a revelação de novos jogadores. Falta uma renovação”, afirmou.
Um ponto de vista em comum é levanto pelos dois experientes técnicos durante a entrevista. Segundo eles muitos técnicos começam a trabalhar com a iniciação no voleibol, mas com o passar do tempo pulam para as categorias acima e já preferem treinar um atleta pronto. “Para alguns é mais fácil ter um atleta feito. Pois assim só precisam moldá-lo”, salienta Kátia.
Apesar dos poucos profissionais que trabalham com a formação de novos talentos para o voleibol, Marcelo afirma que dentro do ranking dos maiores formadores o Paraná se encontra em quinto lugar. “Hoje nós estamos atrás somente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina”. Mas apensar dessa colocação, o Paraná tem exportado muitos jogadores, mostrando que nosso estado é um celeiro de grandes atletas.
Pensando no futuro
Pensando sempre em fortalecer a base de atletas paranaenses, Marcelo Ribaski vem trabalhando como coordenador de um importante projeto em Curitiba, que visa o único exclusivo objetivo – a iniciação do voleibol.
O Leões do Vôlei tem como padrinho Emanuel do Rego (Mano), hiper-campeão do vôlei de praia,. E hoje tem aproximadamente mil crianças, entre 8 a 15 anos participando ativamente do programa. “É importante ressaltar que essa iniciativa não visa o alto rendimento, somente incentivar a prática esportiva”, finaliza.
Em contra partida, Kátia Binin, além de continuar como formadora, também realizada um bom trabalho com técnica no máster. Mas afirma que não vai abandonar as categorias de base. “Aqui posso acompanhar a evolução de todas elas (crianças) e os resultados, por incrível que pareça, são mais gratificantes”, encerra.
Mostrando habilidade
Antes da entrevista, Kátia e Marcelo deram uma demonstração que tem muita “intimidade” com a bola, apresentando toques perfeitos. Confira nos fotos abaixo:
Assessoria de Imprensa FPV
Thiago Paes
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