Dia 10 de janeiro de 2021 acontecerá a eleição da nova diretoria da CBV, aquela que terá a missão de comandar a mais vitoriosa das modalidades no Brasil até 2025. A Federação Paranaense de Voleibol manifesta publicamente seu apoio à Chapa Renova Vôlei, na qual os ex-atletas Marco Túlio Teixeira e Sérgio Dutra (Serginho-Escadinha), são os candidatos a presidente e vice, respectivamente.
Tal posicionamento de se colocar na oposição ao atual mandatário da CBV Walter Pitombo Laranjeiras, que tem como vice o ex-técnico Radamés Lattari, é de manter a coerência nas decisões e posicionamento dos últimos anos frente à CBV, a saber:
DÉFICIT: Segundo os balanços contábeis da CBV, a gestão do atual mandatário da CBV (Toroca) é deficitária em 26 milhões de reais. O segundo maior orçamento esportivo do Brasil (só atrás da Confederação Brasileira de Futebol), conseguiu “torrar” quase 140 milhões de reais em um único ano.
O VÔLEI DIMINUIU: A salvação encontrada pela gestão da CBV que ainda quer mais um mandato foi cortar custos, mas ao invés de fazer na atividade meio, cortou justamente no seu produto final. Há sete anos, o vôlei consumia três vezes mais que o custo administrativo da CBV, nos últimos três anos a CBV custa mais que o próprio voleibol. Gasta-se com seleções, comissões técnicas, atletas, menos da metade do que se gastava em 2013, sem valores corrigidos.
ESCASSEZ DE TÍTULOS: Em 2017 o Brasil não obteve nenhuma medalha nas categorias de base nos mundiais realizados pela FIVB, a primeira vez em 32 anos. Não temos um título mundial na base desde 2014, com um Sub-23 feminino. O Brasil deixou de ser protagonista no mundo, e, até mesmo nos Sul-Americanos temos sofrido constantes derrotas.
DESCONTENTAMENTO GENERALIZADO: A CBV hoje não agrada clubes, não agrada atletas, não agrada algumas das federações mais atuantes do Brasil. Ações constantes de reticência à mudanças, fórmulas obsoletas são mantidas e não permitem novos planos. A CBV continua fazendo o mesmo e querendo resultados diferentes.
INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES: Há dois anos a Federação Paranaense de Voleibol solicita da CBV informações sobre o Instituto Viva Vôlei, mantido pela CBV com projeto social incrível que já tirou milhares de crianças e adolescentes das ruas. A gestão deste Instituto continua sendo obscura. Informações pontuais são respondidas de maneira genérica e induzem a acreditar que há algo de errado na gestão deste Instituto, que, nunca teve a prestação de contas analisadas pelos presidentes de federações, atletas ou clubes. A CBV não responde de maneira objetiva se o Instituto está sendo usado como ferramenta de burlagem da legislação em vigor. O simples SIM ou NÃO, vira “As informações estão disponíveis no site”. Site que só apresentou algumas informações depois que a Federação Paranaense de Voleibol cobrou e exigiu na última Assembleia que Estatuto e a Prestação de Contas pudessem estar disponíveis. Há uma caixa preta no Instituto Viva Vôlei que insiste em permanecer em sigilo, mas isso, já está fazendo parte de representações judiciais para que a CBV seja obrigada a informar com clareza todas as dúvidas, e quem sabe, confessar que SIM, usa o Viva Vôlei para burlar a legislação esportiva. O próprio gestor atual tem contra si um inquérito aberto para apurar uma série de irregularidades apresentadas ainda em 2017, e precisará se defender.
RISCO PARA A CBV: A Lei Pelé sofreu uma alteração ainda em 2013 que determinou que as entidades esportivas tivessem a limitação de mandatos dos presidentes, dando àqueles que já estavam no cargo a oportunidade de terem mais um mandato. A certificação dada pelo Governo Federal é requisito para recebimento de verba pública, seja ela da Lei Piva pelo repasse do COB, seja ela de patrocínio das estatais. A Advocacia Geral da União já emitiu parecer e a Secretaria de Esportes já avisou que não emitirá certidão para entidades cujo presidente estivesse no cargo em 2014 e que fora reeleito no ciclo olímpico seguinte, e, que tentassem um terceiro mandato consecutivo, como deseja o atual mandatário da CBV. O vôlei brasileiro não pode se dar o luxo de correr este risco. Aqueles que votam precisam ter responsabilidade de não colocarem a CBV em uma situação financeira insustentável.
Mantemos o respeito com o atual candidato Walter Pitombo Laranjeiras (Toroca), que tem uma história no voleibol brasileiro e que ninguém apagará. Mas acreditamos que o vôlei sempre foi a modalidade da evolução, da modernidade, do protagonismo, e, mas acreditamos que ele com seus 85 anos não possui estes requisitos.
A Federação Paranaense de Voleibol, através da sua diretoria decidiu que o momento é de mudança. Somente uma ruptura é capaz de fazer algo para mudarmos o cenário que hoje existe. É necessário salvar o voleibol e vamos apoiar e votar na eleição na chapa Renova Vôlei.
Jandrey Vicentin
Presidente da Federação Paranaense de Voleibol