Em entrevista exclusiva para o site da FPV, Fábio Sampaio contou sobre os bastidores dessa conquista. E você também poderá conferir um bate papo com os três paranaenses, que foram eleitos entre os melhores da competição
Da redação, em Curitiba (PR) – Localizada a 159 km da capital, Castro conta com uma população que ultrapassa a casa dos 70 mil habitantes. Conhecida pelo seu potencial turístico, o município é um dos mais antigos do Paraná, fundado em 19 de março de 1764. Mas não é somente na área turística que ele vem se destacando. O voleibol da região vem cada vez mais ganhando notoriedade e hoje já faz parte do rol das grandes forças do Estado. A última conquista veio na semana passada, quando SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro faturou o título da 2ª Copa Olympico de Voleibol, categoria infanto, em Belo Horizonte, passando por adversários como Minas Tênis Clube e Sada Cruzeiro.
E para a festa ficar completa, a equipe castrense ainda teve três atletas eleitos entre os melhores da competição – a chamada Seleção Olympico. Edgar levou o prêmio de melhor levantador, Fabinho, líbero, e por último Cristiano, que saiu como melhor atacante e jogador.
Onde tudo começou
Percebendo a paixão pelo voleibol que existia em Castro, em 2005, o jovem técnico Fábio Sampaio, decidiu iniciar um projeto de voleibol na cidade, que hoje é um dos mais vencedores. Mas esta é uma história que você poderá conferir nas próximas linhas. Em entrevista exclusiva ao site da FPV, o comandante da equipe SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro falou sobre a conquista. E ainda um bate papo com os três melhores atletas da 2ª Copa Olympico de Voleibol.
Fábio, quando e como começou esse projeto de voleibol em Castro?
Iniciamos em 2005, na época tínhamos apenas pratas da casa no elenco. Já em 2009 demos um salto maior, trazendo atletas de fora para representar nosso município e fomentar ainda mais a modalidade em nossa cidade. Em 2011, começamos a participar das competições da Federação Paranaense de Voleibol (FPV), e desde então temos nos firmado entre as melhores equipes do estado. Tudo isso com muito trabalho e dedicação.
A 2ª Copa Olympico reuniu equipes de diversos estados. Como você avalia a qualidade do voleibol paranaense em relação às outras escolas, por exemplo: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas, que geralmente são colocadas em um patamar acima da nossa?
O voleibol do Paraná está bem representado. Hoje, não somos apenas exportadores de atletas, estamos importando também. E tecnicamente, acredito que estamos no mesmo nível. Vejo que a estrutura dos clubes de fora são superiores as nossas mesmo as equipes que não tem representantes na Superliga. Mas é evidente que Sada Cruzeiro e Minas Tênis Clube estão muito a nossa frente no extra quadra.
Como foi enfrentar essas grandes equipes, que sempre tinham o favoritismo ao seu favor?
O aprendizado não podia ser melhor. Logicamente os favoritos eram Sada Cruzeiro e Minas Tênis Clube. As duas equipes tinham atletas de Seleção Brasileira. Por exemplo, a comissão técnica do Sada era 90% a mesma da campeã da Superliga. O técnico do Minas, é auxiliar da Seleção Brasileira. Então estávamos dentro de quadra como os melhores profissionais do mercado.
Sobre a conquista, como foi para você subir no lugar mais alto do pódio e receber esse título em uma competição fora do Estado?
Uma experiência ímpar. Fomos apenas nos preparar para o Campeonato Estadual sub-18, série ouro, e ver como estava o nível da nossa equipe em relação aos grandes clubes brasileiros. Fomos com a pretensão de fazer uma boa participação e tentar ficar entre os três primeiros colocados. Após a estreia com vitória sobre o Minas Tênis Clube, por 2 sets a 1, a equipe ganhou corpo. Um toque de motivação. E começamos a traçar objetivos maiores durante a competição.
Durante a fase classificatória, perdemos para o Sada Cruzeiro por 3 sets a 0, e devido a forma de disputa, teríamos que vencer a equipe de Três Corações pelo mesmo placar, para podermos chegar na final. E novamente jogando com a pressão, contra uma equipe bem treinada, com excelentes atletas, conseguimos enfim apresentar um bom voleibol e conquistar o resultado. Chegando a grande final contra a equipe celeste.
Foi muito difícil controlar a ansiedade antes da final e como foi a preparação?
Tentamos ao máximo administrar a ansiedade de todos antes da decisão. Toda a comissão técnica passou a madrugada estudando os pontos a serem explorados na equipe cruzeirense, chegando à conclusão da tática a ser usada às 4 horas manhã, de domingo [dia da decisão].
Gostaria que você contasse aos nossos internautas, como foi entrar em quadra para esta grande final contra o Sada Cruzeiro, já que vocês haviam sido derrotados no primeiro confronto contra eles?
O jogo foi muito equilibrado. Vencemos o primeiro set, mas acabamos tento um momento de desatenção e o Sada venceu o segundo. Mas nos recuperamos conseguimos faturar os outros dois, fechando a partida em 3 sets a 1 (25×21, 19 x25, 25×13 e 25×22).
Dentro da quadra, a equipe foi muito comprometida, obediente taticamente e não poupamos esforços para surpreender os mineiros. Fazendo uma análise após a competição, foi muito importante para equipe vencer dois dos maiores clubes nacionais [Sada Cruzeiro e Minas Tênis Clube]. O amadurecimento nesses cinco dias que passamos em Minas Gerais foi muito válido. O que aprendemos lá e o conhecimento que adquirimos, não tem preço.
Na sua opinião, qual foi o principal diferencial para Castro conseguir o lugar mais alto do pódio?
A maneira com que estes atletas vestem essa camisa faz toda a diferença. A dedicação de todos durante os treinamentos, academia e no dia a dia do voleibol, tem nos dado a oportunidade de fazer 100% das finais de todos os campeonatos que participamos até agora.
Reflexo disso são as nossas boas colocações nas competições dentro do Estado: terceiro lugar no Campeonato Estadual sub-18 e primeiro no sub-17 (infanto), ao lado de Maringá/Uningá/Amavolei. Também não posso deixar de agradecer a Academia Corpus, Smesp, MV Selmer, Vapza Alimentos, Colégio Sepam e Mabu Hotéis e Resorts, que são parceiros que sempre estiveram ao nosso lado durante esta longa e difícil caminhada.
A união da equipe de Castro para chegar até o título (Foto: Divulgação)
Depois de mais essa conquista, quais são os planos para a temporada de 2014, que está apenas no início?
Estamos envolvidos em vários campeonatos, mas o primeiro objetivo é estar na fase final do Campeonato Estadual sub-18 e brigar pelo titulo. Além das competições da Secretaria do Esporte e Turismo do Paraná (SEET), como os Jogos da Juventude, divisão A.
Confira abaixo uma entrevista com os três paranaenses que estão entre os nomes da Seleção Olympico, que reúne os grandes destaques da competição.
Cristiano, você foi eleito o melhor atacante e jogador, então gostaria de saber como foi participar desta competição?
Esse campeonato foi muito importante para a equipe, primeira competição que participamos fora do estado e já conseguimos um bom resultado. Nossa intenção era apenas ver como estava nosso time em relação aos grandes clubes brasileiros e tivemos uma ótima atuação.
Saímos com a conclusão que o Caramuru é sim um time com o nível dos clubes de grande expressão nacional. Os quatro títulos individuais vem confirmar isso e também mostrar que o trabalho que está sendo feito aqui em Castro, está no caminho certo. Agora é continuarmos focados em nossos objetivos. Este é o segundo ano que estou aqui, gosto muito do trabalho que é realizado: a preocupação com os atletas, treinamentos, academia e a metodologia do treinamento.
A final contra o Sada Cruzeiro foi emocionante (Foto: Divulgação)
Edgar, como melhor levantador da competição, e como o cérebro da equipe do SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro gostaria que você falasse um pouco mais do nível técnico da competição?
É sem dúvida nenhuma um campeonato de alto nível, com grandes equipes. Tenho que agradecer a Deus por ter sido destaque como melhor levantador, ao grupo e a Comissão Técnica, que sempre estão comigo. Decidi jogar em Castro em 2013, e foi uma das melhores decisões que tomei em relação a minha carreira, pois desde então evolui muito tecnicamente.
O levantador Edgar durante o final contra o Sada Cruzeiro (Foto: Divulgação)
Fabinho, você também recebeu um prêmio (melhor líbero) então gostaria que você falasse um pouco mais sobre o projeto do município de Castro e qual o segredo para tantas conquistas?
Este é meu primeiro ano aqui no Paraná e estou gostando muito de fazer parte da equipe do SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro. Não existe um segredo, mas sim um trabalho em conjunto entre a equipe e comissão técnica. Essa conquista também nos trás motivação para treinar mais e mais e sempre estar à frente das equipes que são consideradas referências nacional.
Confira a baixo a caminhada da SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro até o título
SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro 2 x 1 Minas Tênis Clube
SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro 2 x 1 Clube Olympico
SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro 3 x 0 Sada Cruzeiro
SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro 3 x 0 Centro Olímpico
SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro 3 x 0 Três Corações
SEPAM/Caramuru Vôlei/Castro 3 x 1 Sada Cruzeiro (final)
Assessoria de Imprensa FPV
Thiago Paes
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