Depois da rodada de entrevistas com os treinadores das equipes masculinas do Estadual Adulto de Voleibol, chegou a hora de saber dos técnicos das equipes femininas como estão seus times e o que eles almejam no decorrer do campeonato.
Confira abaixo o que eles disseram à reportagem, começando pelo treinador anfitrião, Alex Paiva.
Alexsandro Paiva, treinador de São José dos Pinhais
FPV: Como São José dos Pinhais vai para o campeonato?
AP: A base do time é praticamente a mesma que disputou o Estadual no ano passado, os Jogos Abertos e com que ganhamos a Taça Paraná. Perdemos seis atletas de lá para cá, mas apenas uma considerada titular, que é a Arielle que hoje está jogando pelo Chapecó (SC). Temos dois reforços importantes, a Ane e a Camila, que por muito tempo defenderam o Círculo Militar e ambas têm muita qualidade e atacam muito bem.
FPV: E os treinos, o que veremos de novo na sua equipe?
AP: Esse ano as atividades do grupo adulto começaram em fevereiro. Tivemos dificuldades porque algumas atletas acabaram nos deixando e então saímos atrás de reforços. Mas decidimos continuar com a base para a primeira rodada do estadual, e para a sequência do campeonato estamos tentando nos reinventar, jogar de forma diferente. Estamos trocando a posição das atletas que já estavam no grupo e essa adaptação talvez seja sentida no começo.
FPV: Esta reinvenção vai mudar muito a forma que nos acostumamos a ver SJP jogar?
AP: A mudança no nosso padrão de jogo implantado em 2015 talvez traga dificuldade nas primeiras rodadas, mas espero que o nível de jogo fique cada vez mais interessante, mas isso deve acontecer até a metade do ano, quando almejamos participar da Liga Nacional de Vôlei. Nosso ponto positivo é a coletividade. Tem meninas que jogam junto há 4, 5 anos, como a levantadora Cibele, a central Jéssica, a ponteira Jaqueline, a Fabíola, e todas elas juntas formam uma base forte, que temos muita confiança.
FPV: Qual a principal característica do seu time?
AP: Vamos tentar manter o padrão de saques e bloqueios dentro da proposta de reinvenção.
FPV: E o novo formato do Campeonato, aprovado?
AP: Esse formato já foi utilizado em anos anteriores, mas é a primeira vez que São José dos Pinhais participa. Para nós é interessante porque teremos a oportunidade de receber as equipes, o que antes não era possível quando era GP, devido ao número grande de equipes e não tínhamos alojamento. Hoje, aqui no Max Rosenmann (Afonso Pena) tem condições. Acredito que teremos mais público e jogos de muito mais qualidade.
Luciano Ferreira, treinador do Cascavel/Caio
FPV: Como está o time de Cascavel após participar da Superliga B?
LF: Você sabe que depois da Superliga B sinto que todos acabaram criando uma expectativa muito grande sobre nós, sobre a força do nosso time. Claro que temos condições, mas o time está bem renovado. Mantemos algumas meninas que jogaram conosco no ano passado, como a Patrícia, a Maiara, a Simone, e mesclamos com um pouco de juventude. Conto com a experiência do time e com as caras novas que vieram, como a central Camila que estava no Bragança Paulista e jogou Superliga B, a levantadora Ana Luiza, entre outras.
FPV: E a preparação do seu time. A comissão técnica sofreu alterações recentemente, não é?
LF: Estamos atrasados em relação às outras equipes em relação ao treinamento. É importante começar com o time indo bem porque aumenta nossa confiança, mas sei que ainda não estamos 100%. Eu não era o treinador do time e assumi há pouco tempo, desde que o Fernando (Bonatto) aceitou a proposta de ir para outra equipe do Brasil. Mas posso dizer que foi uma semana intensa, muito boa, em que o grupo se empenhou demais. A partir da próxima semana estaremos com a equipe completa e treinando ainda mais.
FPV: Quais as principais características do time de Cascavel?
LF: Tenho a escola de treinamento muito fundamentada na defesa, o fundo de quadra para mim é o mais importante. Nesta etapa quero fazer a equipe trabalhar o sistema defensivo e promovendo contra-ataques. É dessa forma que vamos tentar ir adiante. Prefiro manter esta tática para jogar contra equipes mais treinadas, como o primeiro adversário que teremos.
FPV: O que você vê de mais positivo no novo formato do campeonato, com jogos de ida e volta onde todos jogam contra todos?
LF: Acho que esse formato favorece estudar uma equipe específica com mais cautela. São dois jogos e é possível usar muito do que foi feito nos treinamentos. É muito diferente do outro, onde jogávamos com várias equipes e muitas vezes conhecíamos pouco o adversário. Agora é mais legal porque você pode trabalhar melhor e vai encaixar seu time dependendo de como o outro time joga normalmente.
Reinaldo Bento, treinador de Toledo
FPV: Segundo ano do time na divisão especial, como preparou a sua equipe?
RB: Primeiramente é um prazer para equipe de Toledo estar pelo segundo ano consecutivo participando da divisão especial do Estadual Adulto, junto das melhores equipes do Paraná. Estamos vindo numa crescente mesmo treinando apenas três vezes por semana. Se parar para analisar deveria ser mais, mas nesta categoria é difícil. Nossa equipe é formada por pratas da casa, buscamos valorizar os atletas que são de Toledo e que tem qualidade para disputar essa competição. Tivemos problemas de contusão, mas temos peças de reposição e estamos bem tranquilos.
FPV: Interessante, e por que escolheu manter um time apenas com pratas da casa para disputar a divisão especial?
RB: Valorizamos, treinamos e incentivamos as pessoas do município a praticar esportes. E o voleibol tradicionalmente vai muito bem em Toledo, temos excelentes jogadoras no time e não é à toa que estamos aqui. Tivemos um projeto aprovado no Governo Federal e por isso vamos valorizar quem sempre esteve com a gente. Hoje o maior ponto forte da equipe é o conjunto. Procuro trabalhar com elas isso aí, que o conjunto uma deve ajudar a outra, fortalecendo. Com isso os resultados positivos vêm, com companheirismo.
FPV: Arrisca dizer onde sua equipe vai chegar na competição?
RB: Olha, se disser que não almejo ficar entre os primeiros estaria mentindo. Mas para isso temos que fazer por merecer. Vamos valorizar cada jogo, até o último ponto para tentar ser campeão do Estado do Paraná. Isso vai depender do nosso jogo dentro da quadra. No ano passado mostramos que podemos jogar de igual par igual com todas, ganhamos de grandes equipes e isso nos enche de vontade de ganhar mais. Jogo é jogo, ainda mais no feminino que é cheio de altos e baixos. De repente o ritmo cai e aí é nesse momento que podemos perder ou ganhar, vai da gente saber identificar isso aí.
Fabio de Almeida, treinador da UniBrasil Vôlei (o treinador foi o único entrevistado após a partida na qual saiu vitorioso, depois de começar perdendo por 2 sets a 0 para Cascavel)
FPV: Deu para ter uma ideia do que veremos na temporada 2015 do Adulto? Que bela virada, hein, China?!
FA: O time começou tenso e melhoramos no segundo set. Foi uma superação e quem entrou fez a diferença, cada uma à sua maneira. Com certeza o tie break mostrou que não haverá nenhum jogo fácil durante o ano. É só pedreira e as equipes devem valorizar cada ponto conquistado. Toda vitória, mais do que nunca, será importante para o time, ainda mais no feminino que a estreia é sempre difícil.
FPV: Seu time apresentou uma nova formação se comparada à do ano passado. Qual a sua expectativa para o campeonato?
FA: A base é a mesma de 2014 mas tivemos 3 contratações sub 21 de peso: a Mafe que ataca e saca muito bem, a central Natália Zanetti e a Leticia Felipi, que jogou muito tempo por Cascavel e agora estava em São José dos Campos. A perspectiva é melhorar o terceiro lugar do ano passado.
FPV: E os seus adversários, pode opinar a respeito?
FA: Hoje foram dois grandes jogos, de muita técnica e vontade. Todos estão de parabéns, não vi nenhuma equipe favorita. O jogo de SJP contra Toledo foi equilibrado também. Acho que o campeonato neste ano será muito concorrido. Mesmo assim o objetivo da UniBrasil é ir para a final do feminino. O novo formato é muito melhor, ao invés de fazer um GP podemos fazer dois jogos importantíssimos a cada rodada, as equipes vão somando pontos dentro e fora de casa, além de facilitar muito para as sedes. Na minha opinião tem tudo para ser o melhor Estadual Adulto dos últimos dez anos.
FPV: E a estreia da UniBrasil, como foi e oque vem por aí?
FA: Estreia no feminino sempre é difícil. Respeitamos muito no começo o time de Cascavel devido à periculosidade de suas atletas, por virem de competição nacional, muito bem armada pelo Luciano. Mas nosso time é forte, está treinando bem e com a entrada da Mariana e da Mafe o time melhorou e aí conseguimos errar um pouco menos, equilibramos a situação de jogo e conseguimos uma bela virada. Mas amanhã tenho certeza que será outra pedreira.
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