Começa no próximo final de semana, dias 2 e 3 de maio, a disputa pela Divisão Especial do Campeonato Estadual Adulto de Voleibol, o torneio de maior qualidade técnica do vôlei paranaense.
Neste ano o campeonato acontece em novo formato, no estilo da Liga Mundial, com número reduzido de equipes e jogos de ida e volta, reunindo a nata do esporte paranaense em jogos de muita rivalidade e experiência.
A primeira etapa da competição vai acontecer simultaneamente nas cidades de Foz do Iguaçu, Maringá e São José dos Pinhais nos ginásios Costa Cavalcanti, Vila Olímpica e Afonso Pena, respectivamente, com entrada gratuita em todas as praças.
Um atrativo a mais para o público está na escalação dos times, repletos de craques que jogaram os principais campeonatos do país por grandes clubes e até pela seleção principal.
Inclusive, algumas equipes repatriaram atletas que estavam em outros países e trouxeram outros que jogaram a Superliga A e B em 2015 ou disputaram importantes campeonatos de vôlei de praia nacional.
Pelo naipe masculino o torneio vai reunir quatro equipes: além do atual campeão, o Foz do Iguaçu/Brasas English Course, também estão a AMVP/Nobel de Maringá, ASPM/Araucária e M.V. Selmer/Caramuru/Castro.
Pelo feminino são cinco equipes na disputa: São José dos Pinhais, Toledo/Avotol, UniBrasil de Curitiba, Cascavel e Maringá/Amavôlei, equipe do técnico Dema, atual campeã do Estadual Adulto.
A partir da segunda rodada os jogos serão transmitidos ao vivo pela FPVTV no site da Federação de Vôlei.
Hoje (29.04) e amanhã, a FPV publica uma série de entrevistas com os treinadores, mostrando como estão suas equipes para o campeonato e falando sobre a expectativa para o Estadual. Portanto, acompanhe o que disseram os treinadores do naipe masculino:
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Marcão Antunes, treinador do Foz do Iguaçu/Brasas English Course
FPV: Como estão os atuais campeões do Estadual Adulto?
MA: A equipe está totalmente modificada. Da que jogou o Estadual no ano passado e a Superliga B nesse ano ficou um time bem diferente. Apenas três atletas permaneceram daquela equipe que fez a semifinal da última edição da Superliga B. É um time novo com média de idade entre 23 e 24 anos. Estamos treinando bem, mas começou um pouco tarde. Acredito que vai ser um campeonato difícil, com o nível das equipes bem elevado.
FPV: Obviamente, quer manter o caneco em Foz.
MA: Com certeza, o objetivo é manter o título aqui, mas sabemos que as outras equipes se prepararam, investiram, formaram seus elencos e que, assim como nós, estão visando objetivos maiores. Sei que a minha equipe tem qualidade e que temos chances de chegar bem no final da competição.
FPV: Foz tem muitas contratações, mas pouco tempo de treinamento. Como avalia sua equipe?
MA: A gente pensa sempre em fazer sempre o melhor. Temos uma equipe alta e contamos com o retorno de alguns atletas, entre eles o Alisson, central que estava em Israel, o Cesar que jogou a Superliga B pelo Santo André. O Vini, ponteiro que estava no Montes Claros, jogou a Superliga nesse ano. Temos o oposto Reinaldo que estava jogando na Espanha, agora está aqui e vai pro jogo com a gente. Daqui um tempo, com mais treino, posso fazer uma avaliação mais contundente, mas posso dizer que no papel temos um bom plantel, sim.
FPV: O que esperar do time de Foz? O que acha do novo formato do Campeonato?
MA: Temos apenas duas semanas de treino. A ideia do primeiro jogo é ver como a equipe se comporta, conheço os rapazes e sei o que cada um pode render. Vamos saber o que aprimorar. Estreia sempre é difícil, então vamos esperar o jogo para fazer uma avaliação melhor. Este formato já foi utilizado aqui outras vezes e é interessante, mas temos poucas equipes, todas muito boas, mas na minha opinião devia ter mais times. Lamento que algumas de muita qualidade não estejam participando este ano, certamente com mais jogos ficaria mais interessante.
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Everson Ribeiro, treinador do ASPMA/Araucária
FPV: A equipe encara os atuais campeões na estreia. Pedreira, hein?
ER: Com certeza, o time deles vem de uma Superliga e mesmo que tenha perdido alguns atletas, o treinador deles tem ali um conjunto formado e um grupo formado pode fazer a diferença. Mesmo assim as expectativas são as melhores possíveis e vamos entrar no campeonato sabendo que temos chances de vencer porque estamos trabalhando para isso. Neste primeiro confronto contra Foz ainda teremos a ausência de algumas peças. Estamos treinando desde março e agora, finalmente, poderemos saber em que patamar estamos.
FPV: Novidades no time?
ER: Acho que neste ano os talentos individuais vão fazer muita diferença para as equipes. Nosso levantador Juan estava em São José dos Campos, jogou Superliga, é um cara experiente que vai nos ajudar. Estamos trazendo dois centrais de fora que também chegam amanhã, repatriamos o Diogo que estava em Chapecó e mantivemos os mais talentosos que já estão comigo desde 2010. Ainda temos o Bode, que vai estrear como líbero, o Bruno Veríssimo, ponteiro campeão dos Jogos Abertos B e terceiro na A. Ainda temos o capitão Alexander, o Branca, que é o mais experiente do grupo e está ali para comandar este misto de atletas mais jovens com mais velhos. Treinamos cinco vezes na semana e temos uma preparação física apropriada. Investimos, graças aos nossos patrocinadores, e nossa ideia é fazer um bom campeonato e se Deus quiser ir para as cabeças.
FPV: E a expectativa de todos, como está?
ER: A melhor possível. Hoje participam do campeonato quatro equipes que investem e que nutrem sonhos mais altos. Teremos muita qualidade. Esse estilo é bacana, já participamos de campeonatos assim e foi muito bom. Pela visão da Federação é interessante investir e, se for bem sucedido, como eu acho que vai ser, que se perpetue. A questão da qualidade deve ser valorizada numa competição que reúne a elite do voleibol paranaense. Ter condições de enfrentar apenas grandes times é muito bom. Só acho uma pena o time do Dema não estar participando neste ano, mas com certeza é uma iniciativa diferenciada da FPV.
FPV: Araucária vai participar da próxima Superliga B?
ER: A ideia do projeto na sequência é participar da Superliga B, sim. Contudo, o objetivo, a ideia inicial, é valorizar os atletas daqui de Araucária, de Curitiba e Região Metropolitana e que possamos dar um auxílio para que o atleta possa se dedicar mais ao voleibol. Por isso temos o apoio da Berneck, UEG Araucária, Instituto Joel Malucelli, Facear, Estúdio Personale e Prefeitura do Município.
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Fábio Sampaio, treinador do M.V. Selmer/Caramuru/Castro
FPV: Você está trazendo atletas de fora do Brasil para jogar, confere?
FS: Exatamente, estamos repatriando dois atletas, um do Marrocos e outro do Qatar que, por conta da transferência, não poderão jogar a primeira etapa mas estarão com o grupo na próxima. Iremos para essa etapa com nove adultos e três mais novos, como prevê o regulamento. Iremos com algumas caras conhecidas que já defenderam grandes equipes como Cianorte, Foz e outros que estão vindo do Mato Grosso, São Paulo e do Acre. É um time que, espero, vai incomodar, apesar de não estarmos ainda na melhor forma física nem técnica.
FPV: Onde Castro quer chegar, como está a perspectiva da equipe?
FS: A equipe do M.V. Selmer/Caramuru/Castro se apresentou dia 1 e março e desde então treinamos de segunda a sábado, com musculação cinco vezes na semana. Nossa perspectiva é fazer bons jogos e tentar pontuar nos jogos fora de casa. A estreia contra a AMVP será difícil porque é uma equipe bastante entrosada e experiente, com muitos vindos da praia e muito volume na defesa, mas nós temos um bom elenco e embora nessa primeira rodada ainda vamos sem dois prováveis titulares, a intenção é fazer um grande campeonato. Os amigos que acompanham o vôlei paranaense sabem que o Caramuru tem dado passos pequenos no crescimento, porém são passos firmes. Viemos para ficar.
FPV: Castro é a mais jovem entre os participantes. Isso é um empecilho?
FS: Acho que a nossa equipe corre por fora mas tem muita qualidade, treinamento e vontade de ir muito longe. O investimento feito em Araucária é notório em todo o Paraná. Foz é o atual campeão paranaense, dos Jogos Abertos, semifinalista da Superliga B, tem toda uma tradição e história que merecem respeito. A AMVP sempre chega forte em todas as competições e os rapazes são muito entrosados, jogam por prazer e se conhecem muito. Vamos tentar superar tudo isso com a nossa juventude, concentração, força e aplicação dentro de quadra.
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Robson Xavier, treinador e levantador da AMVP/Nobel de Maringá
FPV: Novidades na equipe?
RX: Nosso time mantém a mesma base com que joga há alguns anos, com o pessoal que treina em Maringá e com alguns que estão vindo do vôlei de areia, como o Felipe, o Arthur, o Eduardo, o Rafael. Temos também os experientes Edilson, João Paulo, Carlão, Luiz Fernando, entre outros, que dão mais tranquilidade ao time. Chegou também o Vitor, levantador, campeão mundial com a seleção em 2006. Temos um time experiente.
FPV: E a expectativa para o campeonato?
RX: Somos os atuais vice-campeões e estamos vindo de cinco finais seguidas. Estamos confiantes, treinamos duas, três vezes por semana com o time principal, mas os mais novos treinam todo dia. Com o novo formato o nível aumentou muito e com certeza os jogos ficarão muito mais difíceis. Acho que desta forma há uma valorização maior das equipes e do próprio campeonato e atrai mais público.
FPV: Preparados para a estreia?
RX: Nosso adversário no primeiro jogo será a equipe de Castro. Com certeza será um jogo bom, como sempre é. Vencemos eles no ano passado e sei das suas qualidades. É uma boa equipe, apesar de nova, mas tem uns reforços e com certeza o Fábio (treinador) deu uma aprimorada no time.
FPV: O grupo da AMVP é, talvez, o mais rodado do torneio. É isso mesmo?
RX: Temos atletas de 18 a 41 anos no nosso time. Com certeza há uma mescla grande de juventude e experiência. Acho que só temos a ganhar com isso. Nossos mais novos são muito promissores e os mais velhos tem experiência de sobra para passar a eles. No time tem muitos professores. É um grupo de amigos que resolveu jogar voleibol de alto nível. Todos já jogaram profissionalmente em grandes clubes do Brasil e de fora e agora treina para manter a forma e continuar jogando. Não conseguimos largar isso, sabe? Ganhando ou perdendo vamos fazer festa e com certeza um churrasco.
FPV: Churrasco, dizem, é o forte do seu time…
RX: Churrasco é o que fazemos de melhor! (risos) Há uma chácara onde sempre nos reunimos para bater uma bolinha e assar uma carne, reunimos todos os camaradas para um churrasquinho. Isso tem história! Sempre estamos juntos e isso é importante para manter o grupo bem unido.
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