Campeão olímpico conta que deixou de lado emocional na decisão em Natal e diz que foco é fortalecer parceria com Pedro: ‘Tem muita qualidade técnica’
Maior vencedor da história do vôlei de praia mundial, com 151 conquistas, Emanuel escreve um novo capítulo em sua vitoriosa carreira. Em meados de dezembro, rompeu a parceria com Alison e iniciou um trabalho que já deu sinais de que poderia ir longe ao lado de Pedro Solberg, atual campeão brasileiro e vice mundial. A ascensão tem sido notória. Após a estreia na etapa do Circuito Brasileiro em São Luís (MA), onde amargaram a eliminação nas quartas de final, apesar do bom desempenho, os jogadores voltaram a surpreender no segundo torneio juntos. Usando o bloqueio e a defesa como suas principais armas, a dupla levou o título da etapa de Natal ao superar, curiosamente, os seus ex-parceiros, Alison e Bruno Schimdt. Ainda há muito o que acertar para encontrar a química ideal, mas a equipe está no caminho certo.
– O time tem muita qualidade técnica, na minha opinião, mas eu achei que o título fosse demorar um pouquinho mais. Não esperava, mas estou muito feliz com essa conquista. O esporte não é só treinar e jogar. É preciso ter estrutura de time e acreditar. E eu pude viver isso com o Pedro. Temos uma postura de não desistir nunca e isso me traz muita felicidade. Fomos consistentes na estratégia que planejamos. Ainda falta muita coisa que a gente percebe, principalmente, nos momentos decisivos. Falhas que notamos quando já estamos cansados e que não podem acontecer em uma equipe de alto nível. Vamos trabalhar para acertar o levantamento, o bloqueio, a defesa e melhorar a estratégia de saque – analisou o paranaense, radicado no Rio de Janeiro.
Na decisão, o atleta conta que precisou deixar de lado o coração para dar lugar à razão. Emanuel e Alison eram mais do que simples parceiros. Eram amigos. Além da medalha de prata nos Jogos de Londres, eles conquistaram dois títulos mundiais, 51 pódios e 349 vitórias em quatro anos de parceria. Os números expressivos atestam porque a dupla se consolidou como uma das mais bem sucedidas do vôlei de praia brasileiro.
– Encarei esse jogo com respeito total. Sou profissional, gosto de jogar vôlei, mas tenho um lado emocional que eu precisei deixar de lado para a partida. Eu joguei quatro anos com o Alison, vi o nosso time crescer e mudar, com derrotas e vitórias. Nós criamos uma amizade e um laço emocional grande que eu tive de esquecer naquele momento para apenas praticar o esporte – disse Emanuel, eleito o melhor jogador da final em Natal.
Emanuel e Pedro, uma parceria que irá render muitos títulos para o Brasil (Foto: Paulo Frank/CBV)
Com cinco Olimpíadas e três medalhas na bagagem, ouro em Atenas 2004, prata em Londres 2012 e bronze em Pequim em 2008, Emanuel prefere não traçar planos a longo prazo. O objetivo é fortalecer a parceria com Pedro jogo a jogo, etapa por etapa. Antes de retomar os treinos, o veterano planeja encontrar a família, que está em Brasília. A viagem deve acontecer no próximo final de semana.
– Primeiro, vou voltar para casa e analisar o nosso desempenho. Às vezes, a vitória esconde um pouquinho os defeitos. O meu objetivo é fazer com que essa dupla seja vitoriosa e mantenha uma regularidade. Depois, quero aproveitar para ficar com a minha esposa e o meu filho, Lukas. Matar as saudades. Eles estão em Brasília e eu gostaria de passar o final de semana lá, devo ir na sexta e volto no domingo. Recarregar as energias é muito importante para mim.
O multicampeão volta às quadras para a penúltima etapa do Circuito Brasileiro, em João Pessoa (PB), de 21 a 23 de fevereiro. O foco de Emanuel e Pedro é a temporada de 2014.
Fonte: Globoesporte.com