De Chopinzinho, Josi Schmidt
Na noite desta sexta-feira (26.04), no Auditório da Prefeitura de Chopinzinho, a Federação Paranaense de Voleibol viveu um momento histórico, presenciado por alguns poucos privilegiados que puderam acompanhar, além da Assembleia Geral Ordinária de 2019, o pedido de afastamento do presidente Neuri Barbieri que preside a entidade desde 1982.
Com roteiro definido a AGO aprovou o relatório de atividades, o parecer do Conselho Fiscal relativo às contas de 2018, o orçamento para 2019/2020 e alterações no estatuto da entidade se adequando às recentes portarias do então Ministério do Esporte. Destacou-se a quantidade e a qualidade dos eventos promovidos pela Federação em 2018 e os investimentos que a entidade foi capaz de fazer para aquisição de mais um veículo e os equipamentos que permitem a transmissão dos jogos ao vivo. Na prestação de contas a transparência com que foram apresentados os números do balanço recebeu reconhecimento dos membros presentes na Assembleia, que ficaram impressionados com o volume de recursos que passaram pela Federação em 2018, ultrapassando a casa de 2 milhões de reais.
“Tivemos a responsabilidade de gerir os recursos da entidade provindos na sua grande maioria dos nossos filiados e a eles apresentarmos com transparência de como estes recursos foram utilizados é uma forma de respeito. O volume é grande em razão dos serviços de arbitragem e dos eventos nacionais que fizemos aqui em 2018, e esses recursos acabam passando pela conta da Federação e precisam ser contabilizados,” destacou Jandrey Vicentin, superintendente da FPV.
Quando tudo parecia consumado, o presidente Neuri Barbieri apresentou seu pedido formal de afastamento da Presidência para tratamento de saúde. Barbieri, que recentemente colocou mais dois stents no coração, ainda precisa passar por alguns procedimentos cirúrgicos e disse que o apelo familiar para o zelo com a saúde é muito grande: “Fiquei em um dilema, mas a família e a saúde pesaram mais do que a paixão pelo voleibol. O indicado seria a renúncia, mas isso seria um grande desrespeito a quem me confiou mais um mandato. Completei 37 anos à frente da Federação e sou grato a todas as pessoas que colaboraram em fazer do voleibol paranaense o que ele é hoje. Como tudo na vida tem um fim, a licença me fará encerrar esse período na presidência de forma menos traumática.”
O presidente Neuri Barbieri fez um breve relato sobre a administração da Federação na qual está à frente desde 1982, e, disse ter certeza que a entidade vive seu melhor momento da história, com filiados atuantes, competições em todas as categorias, recorde de participação, investimentos em divulgação, e, o reconhecimento das demais federações estaduais como uma das mais organizadas entidades esportivas no país. Neuri resgatou os momentos críticos vividos pela Federação e agradeceu às equipes que sempre estiveram ao seu lado.
Já no exercício do cargo de presidente, Jandrey Vicentin disse que tem uma responsabilidade muito grande em continuar um legado que dificilmente será superado, mas que espera contar com toda diretoria, os colaboradores da federação, os técnicos, atletas, árbitros, entidades filiadas e os amantes do voleibol para a continuidade da administração de uma das melhores instituições esportivas do país. “Apesar de toda mudança ser traumática, essa transição será tranquila, visto que sei da situação financeira, administrativa e técnica da entidade, pois era até o momento Superintendente. Tenho pelo Neuri Barbieri o maior apreço e admiração. Sua história no voleibol é uma cartilha de como dirigir uma entidade com dignidade, sensatez, responsabilidade, ética e respeito. Se eu conseguir alcançar metade do que ele conquistou, sentir-me-ei realizado.”
Jandrey Vicentin é paranaense, natural de Nova Aurora, mas teve domicílio até os 23 anos em Cafelândia, no Oeste do Paraná. Foi atleta nas equipes municipais, mas viu na arbitragem a chance de permanecer no voleibol. Aprovado em 2001 em curso de formação, passou a integrar o quadro de árbitros da FPV. Formado em jornalismo, mudou-se para Curitiba em 2006 para atuar como Diretor Executivo da União de Vereadores do Paraná. Em 2007 iniciou na Assessoria de Imprensa da FPV e coordenou o processo de divulgação dos campeonatos e interiorização da FPV. Em 2012 foi convidado a assumir a Superintendência da FPV, deixando-a para assumir a Gerência de Comunicação da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Na Secretaria de Estado do Esporte atuou na Assessoria de Imprensa entre 2011 e 2014. Em 2016 foi eleito 1º vice-presidente da FPV e foi convidado a assumir a Superintendência da entidade onde permaneceu até assumir o cargo de Presidente em Exercício.