Por assessoria FPV
Comemoramos na próxima sexta-feira, dia 27 de junho, o Dia do Voleibol, modalidade que nos move, nos une e nos emociona. Entre os esportes mais populares e queridos do país, o voleibol é sinônimo de trabalho em equipe, disciplina, superação e paixão.
Cada vez mais presente na vida das pessoas, o voleibol tem o dom de transformar e marcar vidas. Uma demonstração viva disso é a trajetória inspiradora de Ladir Salvi, cuja relação com a modalidade se aproxima dos 60 anos. Sua dedicação, amor e luta pelo crescimento do esporte são provas de que o voleibol vai muito além das quadras. Ele se torna parte da identidade e da história de quem o vive com intensidade.
“Comecei a gostar mesmo do vôlei em 1968, quando estudava no internato do Colégio Agrícola Augusto Ribas, em Ponta Grossa. Em 1970, representei Ponta Grossa e fui vice-campeão dos Jogos Abertos, o que consolidou minha paixão pela modalidade”, disse.

Segundo Ladir, o primeiro grande desafio foi implantar o vôlei em Cascavel, em 1976. “Na época, o esporte praticamente não existia por aqui. A distância de centros mais desenvolvidos como Maringá, Londrina, Ponta Grossa e Curitiba dificultava o intercâmbio técnico, o que tornava a evolução da modalidade no município ainda mais desafiadora.”
Sua colaboração no voleibol paranaense, principalmente na região oeste, foi marcada por dedicação, pioneirismo e resultados concretos. “Sem falsa modéstia, penso que contribuí muito para o desenvolvimento do vôlei em Cascavel. Após o bicampeonato dos JAPS em 1985, nos tornamos a equipe a ser batida. No início dos anos 80, com o apoio do Jorjão da TV Tarobá, trouxemos grandes equipes como a Atlântica Boa Vista Seguros do Braguinha, do Rio de Janeiro, para jogar contra um combinado de Chapecó, Londrina e Cascavel. Foi um sucesso, vencemos até o primeiro set. Também trouxemos a Pirelli (masculino e feminino) em datas distintas, além da seleção juvenil da Argentina, contra quem vencemos duas vezes. Isso nos consolidou como uma referência no vôlei paranaense”, contou.

MOMENTO MARCANTE
“Foram muitas emoções marcantes, mas creio que a maior de todas foi conquistar o título de campeão dos JAPS em Cascavel, vencendo a forte equipe de Curitiba. A emoção foi intensa e inesquecível”.
JOGO INESQUECÍVEL
“A final dos JAPS contra Curitiba foi uma batalha épica. Vencemos os dois primeiros sets, liderávamos o terceiro por 14 a 9 e perdemos por 16 a 14. O quarto set teve uma história semelhante. No quinto set, trocamos de lado com Curitiba na frente (8 a 3). Foi uma agonia só, mas viramos de 12 a 10 para 16 a 14. Um set que durou 32 minutos, uma verdadeira guerra em quadra”.
UMA CURIOSIDADE DOS BASTIDORES
“Sempre fui irreverente, brigão e, muitas vezes, acabei excluído de sets, de jogos e até dos ginásios por discutir com árbitros. Sempre achei que eu tinha razão (risos).”

Mesmo afastado temporariamente das quadras, Ladir revela que a paixão pela modalidade permanece tão forte quanto antes. “Esse esporte me deu muitas alegrias que o dinheiro não compra. Investi muito do meu próprio bolso, já que os patrocínios sempre foram escassos, mas valeu cada centavo. O vôlei foi e é a minha vida. Devo tudo a essa modalidade maravilhosa, que me deu títulos importantes, prestígio e a chance de conviver com pessoas incríveis que marcaram minha trajetória. Sou eternamente grato a Deus por tudo isso”.

Preciso mencionar o Neuri, meu amigo de mais de 40 anos. Construímos uma amizade sólida ao longo desse tempo, e ele sempre me ajudou muito. É, sem dúvida, uma pessoa fantástica. Depois dele, veio o nosso querido Jandrey, que hoje conduz muito bem a federação. Também é meu amigo desde os tempos em que era árbitro, e olha, eu até brigava um pouco com ele naquela época (risos). Mas isso faz parte da nossa história e mostra o quanto o voleibol nos uniu. Na época do Neuri era bem diferente do que está hoje, era difícil tocar o voleibol. Não tinha dinheiro para pagar as passagens das seleções para participar do brasileiro, às vezes tirava do próprio bolso, mas sempre feliz”, finalizou Ladir.
