As paranaenses Roberta Ratzke de Curitiba, Gabriela Cândido de Tamboara, Maiara Basso de Palotina, Geórgia Cattani de Curitiba, Carla Moreira e Marjorie Corrêa de Maringá são as paranaenses que fizeram bonito na fase decisiva da Superliga feminina, o principal campeonato de voleibol do Brasil que encerrou a temporada 15/16 no último domingo (03.04), com o 11º título do Rexona Ades (RJ).
As campeãs Roberta e Gabi Cândido fizeram uma temporada digna de aplausos integrando a equipe do técnico Bernardinho. A levantadora Roberta, que está na equipe há 6 temporadas, mostrou maturidade e confiança nas partidas decisivas em que entrou. Foi isso que ela fez, principalmente, quando jogou a semifinal contra Osasco e depois, como titular, na final contra o Praia Clube (MG). A paranaense, recém convocada pelo técnico José Roberto Guimarães para a seleção principal, foi fundamental para a vitória por 3 sets a 1 (25/18, 26/28, 28/26 e 28/26) da sua equipe na decisão.

A ponteira Gabi de apenas 19 anos e campeã logo no ano de estreia da Superliga, disse estar vivendo o melhor momento de sua carreira. “Demorou um pouco para cair a ficha. Conquistar o título na primeira Superliga é um sonho e algo muito difícil de acontecer. Quando acordei no dia seguinte senti tudo aquilo que passamos, e foi sensacional. Achei que nunca chegaria a ter esse momento na minha carreira, mas é verdade mesmo. Jogar com atletas de seleção, atletas de ponta do Brasil, com chances inclusive de jogar as Olimpíadas, é um privilégio para mim”, explica a ponteira criada nas equipes de base do Maringá/Amavolei do técnico Dema.
Até o ano passado, quando não estava treinando ou competindo com a seleção brasileira de base, Gabi defendia o Maringá nas principais competições do Estado. Sobre a nova realidade da atleta, ela disse que teve dificuldade quando chegou ao Rio de Janeiro, mas com a ajuda do treinador Bernardinho a adaptação foi mais fácil. “O nível do voleibol jogado lá é outro, muito maior e qualificado. Quando cheguei tive um pouco de dificuldade porque é outra realidade, mas nestas últimas semanas de treinamento minha evolução foi muito maior. Estou me sentindo muito bem e o Bernardo é muito atencioso, me ajudou muito na adaptação”, revela.

Atleta do Minas Tênis Clube (MG), Maiara Basso nasceu em Palotina, região Oeste do Estado, mas foi formada na equipe de Marechal Cândido Rondon, sob o olhar atento do treinador Miro. A jovem central de 20 anos e que também integra a seleção brasileira juvenil, também participou pela primeira vez da Superliga e, logo na primeira temporada, já conquistou a terceira colocação. “Foi uma das experiências com a qual eu mais cresci individualmente e coletivamente. É ótimo conviver com jogadoras de alto nível, sabendo que do seu lado tem atletas da seleção que podem ir para a Olimpíada. Fico muito feliz pelas minhas companheiras, pois se esforçaram muito para chegar lá”, disse Maiara, que não vê a hora de ter uma folga para passar mais tempo com a família. “Acho que só vou ter folga em junho porque agora vou treinar com a equipe juvenil para a Copa Minas, em maio”, avisa. Na equipe mineira há duas temporadas, a líbero curitibana Georgia Cattani, que jogou pela equipe do Paraná Clube/Expoente e atualmente integra a equipe juvenil do Minas Tênis Clube, também participou da fase decisiva jogando as duas semifinais.

Outra paranaense estreante em Superliga e que já conquistou resultado expressivo é a ponteira Carla Moreira, de Maringá. Carla e Marjorie jogam no Nestlé/Osasco, quarto colocado na Superliga. Da mesma forma que suas conterrâneas, Carla admite que a experiência adquirida é enriquecedora. “Para mim foi muito satisfatório fazer parte deste time, pois tive a oportunidade de conhecer um projeto onde as melhores jogadoras do mundo estão participando. Fizemos excelentes partidas e tive muitos momentos de aprendizado com elas. Isso para mim foi o mais importante” disse Carla, que também comentou sobre o seu futuro na equipe. “Sobre continuar na equipe ainda não tenho um posicionamento. A próxima competição será o Paulista, que ainda não tem data definida. Como vai haver as Olimpíadas, ainda estamos sem datas convictas”.
Mais experiente após 6 temporadas no RJ, levantadora Roberta Ratzke brilha na final da Superliga e, no dia seguinte, é convocada para a seleção brasileira
A alegria tem nome: Roberta Ratzke, levantadora de 25 anos de idade, nascida em Curitiba e atleta do Rexona. Atual campeã da Superliga jogando um voleibol de altíssimo nível, a filha do seu Roberto tem motivos de sobra para comemorar: além de conquistar o título mais importante do voleibol brasileiro no domingo, a segunda-feira (04.04) foi razão para ainda mais emoção para a família Ratzke com a convocação da levantadora para a Seleção Brasileira comandada pelo treinador José Roberto Guimarães.
Como não poderia ser diferente, Roberta comemorou muito o título e a sonhada convocação. “Hoje (segunda-feira) saiu a convocação para a seleção brasileira e felizmente meu nome está lá. Fico muito feliz pelo privilégio de treinar com o grupo principal neste ciclo Olímpico e sinto-me muito preparada. Mas agora tenho uma semana de férias para resolver o que preciso no Rio e aí quero ir a Curitiba ficar o máximo que puder com a minha família. Segunda que vem (11) já me apresento à seleção em Saquarema (RJ), onde vai ser o treinamento”, revela.
Sobre o título da Superliga, Roberta valorizou os adversários e disse que sente-se cada vez mais preparada para grandes desafios. “Acho que pude entrar nos melhores jogos que uma atleta poderia querer jogar. A semi contra o Osasco valendo vaga para a final foi um jogão e entrar como titular na final me trouxe ainda mais responsabilidade. Hoje eu me vejo como uma levantadora mais madura e experiente, mas para eu chegar mais longe tenho muito a aprender e preciso melhorar meu jogo”, admite.
Ao longo dos anos em que joga no Rio de Janeiro, o desenvolvimento de Roberta vem sendo acompanhado de perto pelo técnico Bernardinho com a ajuda de sua esposa Fernanda Venturini, levantadora medalha de bronze em Atlanta e bicampeã mundial, e pela lenda Fofão. “Faço parte de um projeto de amadurecimento do Rexona. Quando cheguei aqui o Bernardo deixou bem claro que formaria uma levantadora ao longo do tempo. Tivemos paciência e hoje vejo que toda a espera valeu a pena. O Bernardo está me transformando numa grande levantadora”, disse Roberta, que depois de tantas temporadas é praticamente uma “prata da casa” do time do Rexona.

“No caminho do vôlei as coisas acontecem mais rápido do que a gente imagina. Comecei a jogar em 98, na escolinha do Rexona que naquela época era em Curitiba, no Tarumã, com o Vinícius, Fabinho, Josmar. Fiz aulas lá por dois anos e depois já fui jogar em clubes. O bom de Curitiba é que, à época, os clubes tinham convênio com escolas particulares. Por causa do vôlei eu tive chances de estudar em ótimos colégios”, recorda-se a jovem que já passou pela Mackenzie (MG), Pinheiros (SP) e desde 2010 defende as cores do Rexona.
No fim da entrevista, Roberta disse que tem grande carinho pelo Paraná e que apesar da falta de tempo, mantém grandes amigos principalmente na Capital. “Quando estive no Paraná eu jogava pelo Paraná Clube e até hoje mantenho uma relação muito afetuosa com o meu estado. Quando vou para Curitiba fico pouco tempo, mas mantenho contato com algumas pessoas até hoje. Sou muito apegada à minha família e gosto de aproveitar meu tempo com eles, mas claro que ainda tenho amigos aí. A Camila e o Fernando, técnicos do Círculo Militar, o Murilo do Marista, a gente jogava desde muito novo nos mesmos clubes. Na última vez que fui a Curitiba não quis ficar parada e a Cami e o Nando abriram as portas do clube para eu treinar lá. Independente da rivalidade a gente se tornou grandes amigos, crescemos juntos jogando vôlei. Era uma fase muito boa”, relembra a campeã da Superliga.
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