“Quando sofri o acidente as pessoas olhavam pra mim e pensavam: ‘tadinha da Gislaine, perdeu a perna’. Depois que me convocaram a primeira vez, as pessoas falavam: ‘nossa, ela está na seleção brasileira’”, compara a jogadora de voleibol paralímpico, Gislaine Milani. Há três anos ela sofreu um acidente e perdeu a perna direita. “Pratico o esporte há dois anos e meio e isso me ajudou na reabilitação física e psicológica”, diz.
A atleta começou a jogar pelo Assama/Maringá, time da Associação dos Deficientes por Amputação da cidade, fazendo parte do grupo misto. Hoje integra a seleção brasileira feminina e também jogou com a equipe de Goiás, já que não há um time feminino paranaense para competir nacionalmente. “Não tem muitas meninas que praticam o esporte no país”, observa Gislaine, que foi medalha de prata no Parapan que garantiu a vaga delas para a Paralimpíada de Londres.
Mas a nova promessa no esporte é a jovem Edwarda de Oliveira Dias. Com apenas 13 anos, ela já está pré-convocada para a seleção. “Um olheiro de Londrina me viu jogando voleibol convencional. Falou do time de vôlei sentado [nome popular da modalidade] em Maringá e fui conferir”, relata a jovem que mora em Pinhão, cidade a 53km de Guarapuava. “Foi tudo muito rápido: em uma semana viajei para quatro lugares diferentes”, diz a paratleta. Prova disso é que ela treina há apenas dois meses e já tem esse convite para integrar a seleção brasileira.
“Treinei os jogadores por seis anos de forma voluntária. Só esse ano [2012], com o TOP 2016 que recebemos o incentivo do Governo do Estado para continuar”, conta Antonio Jacinto dos Santos, técnico do Assama. “A ideia do TOP foi muito boa. Agradecemos ao Governador Beto Richa e ao Secretário de Esporte Evandro Roman que abraçaram a causa. Isso incentiva muita gente a treinar”, diz Toni, como é chamado pelos atletas.
Os treinos da equipe acontecem três vezes por semana e duram entre duas e três horas. O Assama começou com vitória contra os times de Pinhais e Paranaguá, em ambas as partidas por por 3 sets a 0, durante o sábado, abrindo a participação do esporte na 1ª edição do PARAJAPs. Curitiba também venceu as mesmas equipes, por 3 sets a 0. “Estamos motivados e aguardando o jogo contra Curitiba, nosso principal rival”, revela o treinador. A espera termina na manhã desse domingo, quando as duas equipes vão se enfrentar no último dia de competições.
Os Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná são realizados pelo Governo do Estado do Paraná, através da Secretária de Estado do Esporte em parceria com a Universidade Estadual de Londrina e patrocínio da Renault.
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